O tecido empresarial português tem tido ao longo dos tempos um comportamento muito “sui generis”.
Normalmente são hábeis a sacudir a água do capote e são excelentes na apresentação de pretextos para passarem incólumes em qualquer situação mais arreigada ou dúbia.
Se o negócio corre mal a culpa é dos seus trabalhadores que não vendem, não produzem e só reivindicam;
Normalmente são hábeis a sacudir a água do capote e são excelentes na apresentação de pretextos para passarem incólumes em qualquer situação mais arreigada ou dúbia.
Se o negócio corre mal a culpa é dos seus trabalhadores que não vendem, não produzem e só reivindicam;
Se está sol é o calor, se chove é a humidade;
Nunca vi nem ouvi um empresário/gestor assumir as culpas pela má gestão de qualquer negócio/empresa neste país.
Vem isto a propósito de que recentemente, o presidente da AEP (empresário-mor) ter vindo a público mostrar a sua preocupação e dos seus associados pelo facto de que em 2010 os trabalhadores em Portugal vão usufruir de mais 2 feriados do que a média europeia (!!!) e que num ano de luta pela retoma pós-crise deve-se equacionar banir de qualquer conversação um aumento de ordenados.
Curiosa a nossa imprensa quando publica algo ou dá tempo de antena a estes "artistas".
Nas televisões, e com a honrosa excepção do José Gomes Ferreira da SIC, ninguém se digna em comparar o deve/haver destas afirmações nem o activo/passivo das impunidades com que são retribuídas as más gestões e as atitudes “bacocas” dos nossos empresários.
Por acaso algum jornalista perante a afirmação do empresário questionou em que lugar na classificação europeia estava a média de retribuição dos trabalhadores por conta de outrem em Portugal? Algum jornalista questionou em que lugar estão os trabalhadores portugueses em regalias sociais em relação aos europeus?
E os empresários?
Por acaso algum jornalista questionou em que lugar os empresários portugueses estão na classificação das retribuições auferidas em relação ao resto da Europa? E alguém os questiona pelo facto de quase nunca a retribuição ser medida pela competência?
Somos um povo de vícios instalados. Até os jornalistas, a quem devia ser dada a primazia no direito e na isenção de informar e até de instruir, se rendem aos mais baixos valores de “bajulamento” dos poderes instituídos.
Num determinado dia TODOS os telejornais abriram com o facto de, aqui D’el-rei, os trabalhadores vão ter mais 2 feriados que a média europeia!!!
A crise ainda está instalada e como tal é preciso produzir, trabalhar de borla se preciso for, abdicar de direitos que só prejudicam os empresários e ainda aumentam os dias de descanso?
Talvez por isso, e sendo este apenas um mero exemplo no meio de milhares de outros, no ano de 2009 o concessionário da Porsche em Braga vendeu em 2 meses tantos carros como a mais optimista previsão da marca tinha feito para ao ano todo.
Pois é, os trabalhadores passam vida e ver montras, olhar para stands, visitar condomínios de luxo privados, e a comprar carros de 198.000€. Pois é, se estivessem ocupados a produzir estariamos bem melhor.
Por isso, aos políticos, aos governos, aos empresários e a toda a máfia instalada, deve a comunicação social dar-lhes ainda mais tempo de antena para eles se manifestarem contra a crise, contra os feriados, contra os fins de semana, contra os ordenados, etc, etc
Os pobres que paguem a crise!!! Tivessem estudado que agora também estariam na mó de cima e, tal como muitos deles, teriam um horário tipo 11h00/12h00 e com 1 hora para almoço.
Grande Portugal!!
Nunca vi nem ouvi um empresário/gestor assumir as culpas pela má gestão de qualquer negócio/empresa neste país.
Vem isto a propósito de que recentemente, o presidente da AEP (empresário-mor) ter vindo a público mostrar a sua preocupação e dos seus associados pelo facto de que em 2010 os trabalhadores em Portugal vão usufruir de mais 2 feriados do que a média europeia (!!!) e que num ano de luta pela retoma pós-crise deve-se equacionar banir de qualquer conversação um aumento de ordenados.
Curiosa a nossa imprensa quando publica algo ou dá tempo de antena a estes "artistas".
Nas televisões, e com a honrosa excepção do José Gomes Ferreira da SIC, ninguém se digna em comparar o deve/haver destas afirmações nem o activo/passivo das impunidades com que são retribuídas as más gestões e as atitudes “bacocas” dos nossos empresários.
Por acaso algum jornalista perante a afirmação do empresário questionou em que lugar na classificação europeia estava a média de retribuição dos trabalhadores por conta de outrem em Portugal? Algum jornalista questionou em que lugar estão os trabalhadores portugueses em regalias sociais em relação aos europeus?
E os empresários?
Por acaso algum jornalista questionou em que lugar os empresários portugueses estão na classificação das retribuições auferidas em relação ao resto da Europa? E alguém os questiona pelo facto de quase nunca a retribuição ser medida pela competência?
Somos um povo de vícios instalados. Até os jornalistas, a quem devia ser dada a primazia no direito e na isenção de informar e até de instruir, se rendem aos mais baixos valores de “bajulamento” dos poderes instituídos.
Num determinado dia TODOS os telejornais abriram com o facto de, aqui D’el-rei, os trabalhadores vão ter mais 2 feriados que a média europeia!!!
A crise ainda está instalada e como tal é preciso produzir, trabalhar de borla se preciso for, abdicar de direitos que só prejudicam os empresários e ainda aumentam os dias de descanso?
Talvez por isso, e sendo este apenas um mero exemplo no meio de milhares de outros, no ano de 2009 o concessionário da Porsche em Braga vendeu em 2 meses tantos carros como a mais optimista previsão da marca tinha feito para ao ano todo.
Pois é, os trabalhadores passam vida e ver montras, olhar para stands, visitar condomínios de luxo privados, e a comprar carros de 198.000€. Pois é, se estivessem ocupados a produzir estariamos bem melhor.
Por isso, aos políticos, aos governos, aos empresários e a toda a máfia instalada, deve a comunicação social dar-lhes ainda mais tempo de antena para eles se manifestarem contra a crise, contra os feriados, contra os fins de semana, contra os ordenados, etc, etc
Os pobres que paguem a crise!!! Tivessem estudado que agora também estariam na mó de cima e, tal como muitos deles, teriam um horário tipo 11h00/12h00 e com 1 hora para almoço.
Grande Portugal!!
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